O Governo Federal liberou na última quinta-feira, 10, violento aumento nos preços dos combustíveis: gasolina sobe 18,7%; gás de cozinha, 16%; diesel, mais 24,9%.
O que vai acontecer com a economia das famílias?
Quem responde é o economista Rodolfo Viana, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômico (Dieese).
VEJA:
Empobrecimento – “As pessoas vão gastar mais com o gás, gasolina e o diesel, neste caso, gastos diretos ou indiretos. Ao gastar mais, ela perde renda. Ou seja, empobrece”.
Guerra – “Culpa da guerra Rússia-Ucrânia? Não. O barril do petróleo, há 10 anos, chegou a 130/140 dólares e pagávamos cerca de R$ 2,50 o litro da gasolina. Problema é que o governo internacionalizou o preço do combustível, sem necessidade”.
Inflação – “A inflação vai aumentar. Gás, diesel e gasolina impactam toda a cadeia produtiva e o preço de muitos produtos de uso cotidiano”.
Juros – “Pra tentar segurar a inflação, o governo sobe os juros. Juro alto afeta o setor produtivo. Quem tem dinheiro vai procurar o mercado financeiro. Juros mais altos também pioram a dívida das famílias, que já é alta”.
Serviços – “Quem presta serviços vai tentar repassar pro cliente. Se a pessoa aceitar pagar mais, perderá dinheiro. Se não, a empresa de serviços vai perder mercado. Ao perder mercado, ela não contrata ou demite”.
Emprego – “Com aumento do gás, gasolina e diesel, gera-se elevação de custos. Aumento de custos inibe investimentos na indústria e serviços. Portanto, inibe a geração de empregos”.
Cenário – “Preocupante. Temos ainda mal resolvido o problema da pandemia. A inflação está alta. A economia estagnou. A recessão pode voltar com força, infelizmente”.
Energia – “O governo administra mal o setor. Já faz tempo que as famílias estão pagando muito mais pela energia elétrica.”
Responsabilidade – “O responsável principal é o governo, que não consegue tirar o País da crise. E dá como solução amarga o aumento de preços e nos juros. Claro que isso empobrece as pessoas e o País”.
Divergências – Economistas de perfil liberal, no entanto, defendem a paridade com os preços internacionais. Artigo nesse sentido foi publicado domingo, na Folha de S.Paulo, por Marcos Mendes, pesquisador do Insper.
Foto: Reprodução / Portal Força Sindical